Pai, mãe, tio, avô… Se você tem uma criança e cuida dela, reserve tempo para estar com ela nessas férias escolares. Abandone o aparelho celular e a comunicação eletrônica e virtual; esqueça um pouco essa tecnologia e fique junto, esteja presente e se dê de presente (no meu trabalho, vejo o quanto as crianças são carentes desse tipo de contato com os pais).
Converse, brinque, dance com ela, role no chão, dê gargalhadas, espalhe brinquedos, proponha um jogo de tabuleiro, pinte, risque, rabisque, recorte. Invente brinquedos e brincadeiras. Ouça uma música e cante junto, ou aprenda uma nova música com ela (você pode aprender muito com ela, sabia?). Leve-a com você ao futebol ou a outro esporte qualquer, ou jogue com ela. Leve-a ao cinema, ao teatro, ao parque. E, se o dinheiro é pouco, invente um passeio a pé, em um lugar gostoso; bole um piquenique. Se for ao shopping fiquem juntos, nada de um para um lado e outro para o outro. Olhe pra ela e converse. Tente responder a todas suas perguntas olhando pra ela, olhe-a nos olhos, não a deixe sem respostas. Faça perguntas também, e tente conhecê-la melhor, saber de suas expectativas e suas ansiedades.
Na criança, a segurança se instala nesse jogo de atenção e presença, e vai representar a segurança básica que vem do adulto que ela considera importante. Isso vai desenvolver na criança um adulto igualmente seguro. O ser humano seguro tem boa auto-estima, ama a vida e é capaz de amar o outro, daí, por que não investirmos um pouco mais em afetividade?
Nessa busca incessante pelo sucesso, muitas pessoas acabam por perder ou deixar para trás os seus sonhos e propósitos de vida. Acabam por renunciar e deixar em segundo, ou em último plano, o que se chama de qualidade de vida. Nenhuma busca pelo sucesso justifica abandonar os amigos, não ter tempo para a família, deixar de acompanhar o crescimento de um filho, ou dar atenção à pessoa que amamos. Trabalhar é necessário. Vencer na vida e conquistar o sucesso profissional pelos nossos méritos e esforços é extremamente gratificante, mas nunca devemos esquecer que o equilíbrio é essencial para sermos felizes.
Armando Alves, taxista, membro do PV de José de Freitas-PI.
2 Comentários
Muito bem lembrado, caro amigo Armando. A família está se desestruturando justamente por conta da distância cada vez maior entre os membros que a formam, principalmente entre pais e filhos. O que se vê hoje é a televisão substituindo as reuniões familiares durante as refeições, por exemplo. É ali, diante dela, que todo mundo se aglomera, sem interação, sem comunicação, sem diálogo. E mais: estamos relegando à escola e ao mundo aí afora uma função primordialmente da família, que é a de instituir os princípios éticos, morais e religiosos. E isso, amigo, se faz planejando tempo para os filhos. Não podemos viver bem num mundo em que até os filhos são terceirizados por conta do trabalho. Colocamos eles bem mais cedo na escola, contratamos ‘mães’ para nos substituir enquanto trabalhamos, e as crianças terminarão por não participar de um ambiente de convívio familiar sadio. Temos que encontrar sim, tempo para os filhos e a família, pois estamos sempre pensando sobre ‘que mundo vamos deixar para nossos filhos’, mas esquecemos de refletir sobre ‘que filhos deixaremos para este mundo’.
Grande abraço.
Achei seu artigo muito importante e oportuno. Concordo, com respeito a sua opinião, acho que não devemos esquecer os princípios básicos da família, porém é necessário a “readaptação” de novos conceitos familiares… É certo que a família, constitui o primeiro universo de relações sociais da criança e pode proporcionar-lhe um ambiente de crescimento e desenvolvimento. E nesse período, onde os nossos pequenos encontram-se curtindo uma pequena pausa em suas atividades colegiais, temos a obrigação de proporcionar a eles uma parcela de nosso tempo.
Porém, sabemos que não é fácil, não podemos ignorar a realidade atual, a sociedade com suas cobranças provoca uma corrida excessiva pelo sucesso profissional, contudo devemos (sem sombra de dúvida) investir nas atividades em conjunto com nossos filhos. No entanto, é notória que os pais ficam perdidos diante de tanta energia acumulada dos pequenos e tão pouca opção de entretenimento. Com o inicio do período de férias, a primeira idéia é quase sempre planejar uma viagem, mas a realidade é que, hoje, com pai e mãe trabalhando fora e a falta de recursos financeiros, tornarem-se difícil proporcionar às crianças férias divertidas em conjunto.
De qualquer maneira, este é um período sem obrigações e preocupações para as crianças e adolescentes, e isso deve ser respeitado. Este tempo deve ser dedicado ao lazer e ao convívio familiar, mesmo com pouco dinheiro.
Parabéns, meu querido amigo por mais um artigo notável. Abraços…