Após assembleia geral extraordinária realizada na manhã desta segunda-feira, 28 de julho de 2014, na sede do Sindicato dos Servidores Municipais de José de Freitas (SISMUJOF), os servidores municipais decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. A assembleia reuniu cerca de 200 trabalhadores.

Os servidores reivindicam, principalmente, a regularização dos repasses previdenciários ao fundo que administra o Regime Próprio de Previdência – JFREITAS-PREV, que somente na gestão Josiel Batista, ultrapassa 1 milhão de reais. Já o montante das outras três administrações anteriores chega a quase 5 milhões, contando os juros e as correções.
Vários são os motivos que justificam a greve. Segundo a sindicalista Aurideia Neves, há vários meses a entidade vem tentando dialogar com o prefeito Josiel Batista, porém sem sucesso. Todas as tentativas de reunião foram frustradas, esgotando-se as possibilidades de acordo, que era o desejo do sindicato.
Além do descumprimento dos repasses das contribuições da previdência, os servidores reivindicam a implantação do plano de cargos e salários dos servidores administrativos e da saúde, o rateio dos recursos oriundos do ajuste anual do FUNDEB do ano de 2013, no valor de mais de 1 milhão de reais e a devolução dos computadores do projeto APLICAR, que sumiram da escola Agripina Portela.
Sobre a possibilidade de alegação de que a greve prejudicará principalmente os alunos, a professora Rosângela Cunha disse que todos hão de entender que sofrem tanto alunos, pais de alunos, como os próprios professores, com a falta de responsabilidade e compromisso do gestor municipal. “Nós nos preocupamos com os alunos sim. Mas esse problema não é nosso, é do prefeito, que não cumpre com o que deveria”, disse ela.
O advogado do sindicato, Professor Pacheco, achou justa e elogiou a decisão tomada pelos trabalhadores municipais de entrar em greve. Ele disse que essa é a primeira vez que vê servidores entrando em greve por dívidas previdenciárias. “Previdência é coisa séria, se não está em dia com os repasses, compromete não só um, dois, três meses de salários atrasados. Compromete a vida toda do servidor que contribuiu para sua aposentadoria e não tem certeza de ter seu direito atendido no futuro.”
A reunião contou ainda com a presença do vereador Alfredo Holanda, que disse apoiar os servidores e acusou a administração municipal de pagar prestadores de serviços que não trabalham, inchando a folha. Segundo o vereador, prestes a entrar no oitavo mês do ano, nenhuma prestação de contas foi apresentada pelo executivo à Câmara Municipal, demonstrando o descompromisso da gestão para com o povo.
A presidente do sindicato, professora Maria das Graças Cruz, convocou todos os servidores municipais para acamparem no salão nobre da prefeitura durante toda a manhã desta terça-feira, 29 de julho.
Segundo o sindicato, essa é uma administração muito desorganizada e atrapalhada. Em relação ao calendário letivo, por exemplo, o reinício das aulas foi modificado várias vezes: primeiro começaria no dia 14 de julho, depois, no dia 28 do mesmo mês, em algumas escolas, somente no dia 4/8, e em outras somente no dia 5/8.
Da Redação