Caso australiano traz à tona discussão sobre violência praticada entre crianças e adolescentes
![casey-haynes[1] casey haynes1](https://revistaopiniao.com/wp-content/uploads/2011/03/casey-haynes1.jpg)
O vídeo veiculado no You Tube que mostra a reação do adolescente australiano Casey Haynes, vítima de bullying, gerou comentários e trouxe à tona a discussão sobre a violência praticada entre crianças e adolescentes. As imagens mostram o adolescente de 16 anos recebendo socos do colega Richard Gale. Após sofrer os golpes sem apresentar nenhuma reação, Casey agarra seu agressor e atira-o com força ao chão.
Em entrevista à rede australiana Channel Nine, o adolescente conta que há três anos sofre provocações de vários colegas por ser considerado obeso. “Não pensei em nada, apenas me defendi. Não me arrependo”, afirmou.
O bullying é a violência praticada por crianças e adolescentes no ambiente escolar, de forma intencional e repetida, e por meio de agressões físicas ou psicológicas a outros colegas. Em 90% dos casos, as vítimas não contam aos pais que sofrem da violência, conforme revelou a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, em entrevista ao programa Fantástico no último domingo (27/3). Dessa forma, o silêncio acaba dificultando a resolução do problema.
Além disso, os alunos acreditam que a escola não tem sido capaz de solucionar o problema. Foi o que identificou um levantamento realizado em 2009 pela ONG Plan e pelo Centro de Empreendedorismo e Administração em Terceiro Setor da Fundação Instituto de Administração (Ceats/FIA) com 5.168 estudantes de todas as regiões brasileiras.
A pesquisa indica que, embora os alunos defendam a idéia de que é dever da escola traçar estratégias de combate à violência, eles não acreditam que a direção tenha habilidade para solucionar esse problema e ressaltam que as ações não são satisfatórias.
Segundo os entrevistados, chamar a atenção e retirar da sala de aula são práticas comuns adotadas pelos docentes, mas não impedem a repetição da violência.
FONTE: Portal Pró-Menino
3 Comentários
O BULLYING É UMA REALIDADE NAS ESCOLAS DE JOSÉ DE FREITAS TAMBÉM, EU COMO CONSELHEIRO TUTELAR JÁ FUI A MUITAS DELAS ESCLARECER SOBRE O ASSUNTO.
SE ALGUÉM FOR VÍTIMA OU SOUBER DE ALGUM CASO DESSA NATUREZA PROCURE O CONSELHO TUTELAR OU O MINISTÉRIO PÚBLICO, PODEMOS AJUDAR.
CONTATO: CONSELHO TUTELAR: 8809 4917 OU 9983 0288
Bullying é crime,que dá 6 meses de prisão, e que se o agressor não quiser ser preso ele vai ter que ser obrigado a fazer trabalho social na escola.ex:limpar a privada,varrer o chão depois da aula.
Aí sim o agressor vai ter como se sentir humilhado,
O Bullying aconteceu na vida e deixou sequelas , que hoje através de muita terapia e remédios aprendi superá-las e transformar em uma “experiência positiva” (para mim).
Eu estudava na melhor escola da minha cidade a mais cara e bem conceituada e o estudo tinha fama de ser o mais forte possível.
Para sobreviver lá você tinha que fazer parte de um padrão de beleza estipulado pelos os alunos da escola.Em um lugar onde 99 % das pessoas possuem cabelos lisos e pela bem clara ser uma menina de cabelo crespo e pele morena era praticamente inaceitável.
As agressões do Bullying começaram com apelidos como “bombril“ (por causa do meu cabelo) , “palha de aço“ entre outros do gênero.
O tempo foi passando, e eu continuava estudando na mesma escola , o Bullying tornou uma coisa seria na minha vida , quando fui para o ginásio foi a onde começaram as humilhações sem limites
Sofri preconceito racial em várias situações , algumas eu me lembro muito bem:
Eu tinha doze anos e discutia com uma menina da mesma idade , até que uma hora ela falou:
-“Neguinha,Neguinha,seu lugar e na senzala“
Me senti tão envergonhada pelo o que ela falou , que não contei para ninguém , pois ela tinha conseguido me humilhar e me deixar sem resposta.
Mais a pior humilhação que eu vivi na escola , foi em uma aula de educação física onde jogava vôlei eu , minha melhor amiga e uns garotos do outro ano.Um menino em especial começou (no meio da aula) a me humilhar e a dizer frases ofensivas como:
-“Volta pra África“
-“Como você faz para atravessar a rua de noite“
-“Leva seus filhos na natação para desencardir“
Essas frases que ouvi machucaram mais do que uma agressão física (doeram mais que um tapa) , o pior que o professor responsável pela turma viu ele me ofendendo e não tomou atitude nenhuma.
Nesse dia eu me senti humilhada, muito constrangida (pois estava na presença da minha melhor amiga) e confusa pois , não entendia como uma pessoa podia ofender tanto a outra só por ser diferente.
Chegou uma hora que a quadra de educação física começou a girar e eu não era capaz de reconhecer mais os rostos e as vozes das pessoas que estavam me agredindo , foi como se naquela hora eu tivesse entrado em uma bolha de plástico onde não ouvia mais nada , e tudo que queria era ficar sozinha com minha dor por ser tão ridicularizada só por não fazer parte de um padrão de beleza.
Eu tentei pedir ajuda para o professor mais em vez de me tirar da situação ele me expões ainda mais , me obrigando a continuar no jogo , e me disse que não podia fazer nada para me ajudar.
Esse professor , me dava a impressão , que fazia coisas de propósito para me humilhar como, me colocar de “pegadora” em um jogo de pega-pega , sabendo que eu não corria muito bem. È claro que isso só acarretou mais humilhações.
Eu contei para minha mãe esse episódio e ela ficou muito brava , foi até a escola conversou com a diretora e exigiu uma postura da direção escolar diante o ocorrido.Os pais do garoto foram chamados para uma reunião , com a diretoria , e ele teve que se desculpar em publico comigo , mais já era tarde de mais , as sequelas já haviam sido feitas em mim.
Por mais que a minha mãe insistisse eu me recusava a mudar de escola , pois achava que iria conseguir contornar a situação sozinha , e tinha esperança de um dia ainda ser aceita.
Os meses foram passando e minha situação com o Bullying só piorava.
Então cheguei ao meu estremo perdi completamente a minha identidade (a ponte de não saber descrever minhas próprias características , o meu jeito de ser) ,fiquei complexada com o meu cabelo e minha cor (achava que os outros só iam me julgar pela minha aparência , e quem ia gostar e respeitar uma menina morena e de cabelo crespo?) , minhas notas decaíram completamente e quando eu chegava em casa da escola só queria dormir (pois a realidade que eu encontrava nos meus sonhos quando dormia era bem diferente da qual eu vivia) , segurança só sentia quando estava do lado da minha mãe , desenvolvi varias doenças emocionais como fobia social, ansiedade , e depressão.
Por causa das situações constrangedores que sofri na escola me isolei socialmente e desenvolvi um medo tão grande de ser humilhada que não conseguia mais falar com as outras pessoas nem mesmo o meu nome eu consegui responder
Meus pais não tinham ideia do que acontecia comigo na escola , eles achavam que era apenas brincadeiras de mal gosto , comum entre os adolescentes , mais não que a coisa tinha tomado uma proporção tão grande.
Sem saber o que acontecia dentro da escola , eles começaram a me cobrar melhoras nos estudos e não suportei a pressão de “fingir que estava tudo bem“ , então eu adoeci fisicamente , fiquei mais de um mês tendo febre e dores de cabeça terríveis , ia a médicos que faziam exames e não descobriam o que eu tinha , era tudo emocional.
Um dia resolvi me abrir com a minha mãe e contar o que acontecia , foi ai que ela começou a procurar ajuda para mim com profissionais.
Mais a situação já estava tão grave que eu acabei repetindo de ano e mudei de escola.Só que as marcas causadas pelo Bullying eu levei junto comigo e antes de eu superar isso , era impossível recomeçar.
Foi necessário meus pais recorrerem a um Psiquiatra, que me receitou remédios anti -depressivos ,em altas doses (tomava mais de vinte comprimidos em uma semana) e me afastou durante aquele ano da escola , para tratamento.
Para eu superar o Bullying por completo e conseguir falar a respeito sem chorar e sentir dor , levou mais ou menos três , quatro anos.
O Bullying na minha vida fez com que eu perdesse a minha identidade e a capacidade de conviver socialmente.Eu tive que aprender tudo novamente como eu era , qual era o meu jeito de ser , do que eu gosta ou não e conviver socialmente , aprender como me aproximar das pessoas e conversar (me socializar)
Eu sou muito feliz hoje , pois mudei de escola e arrumei novas amigas , que não me julgam pela a aparência e sim por quem eu sou . Aprendi a transformar o Bullying em uma experiência de conhecimento (sobre mim e os outros) e para que os outros possam te aceitar você tem que se aceitar do jeito que você é , e não tentar mudar para impressionar alguém.
Eu transformei minha história de Bullying em exemplo para outras pessoas que já passaram ou passam por isso , hoje tenho um Blogger (wetalkaboutbullying.blogspot.com) onde tendo ajuda-las e a conscientisa-las sobre o Bullying